Em toda a China, milhares de homens, mulheres e crianças de todas as idades se juntam nos parques das cidades todas as manhãs para praticar o Tai Chi Chuan. E eles estão certíssimos. A arte melhora (e muito) a forma física e mental. Estudos comprovam, inclusive, que quem pratica o Tai Chi frequentemente, têm uma vida diferente, especialmente quando chegam aos 80/90 anos. Os ossos ficam mais fortes e as juntas mais flexíveis. O exercício também faz bem para a mente. As pessoas se mantêm alertas e conscientes, com grande capacidade de concentração. Tem mais. O coração se fortalece e bate calmamente. Em resumo: o organismo ganha força e saúde, logo as enfermidades passam longe.
O que é o Tai Chi Chuan afinal?
O Tai Chi Chuan uma arte composta por movimentos relaxantes, desenvolvidos para estabilizar o equilíbrio das forças vitais do organismo (a união da energia Yin e Yang). Isso ajuda o corpo a executar as suas funções de maneira mais eficiente. A prática destes movimentos suaves ocasiona um impacto no sistema nervoso central e constrói uma base para melhorar os outros sistemas orgânicos do corpo, como esqueleto, músculos, aparelho circulatório, sistemas linfático, aparelho excretor, glândulas endócrinas, sistema nervoso, aparelho digestivo e órgãos sensoriais.
Conheça os oitos maiores benefícios dessa arte milenar:
1 – O Tai Chi Chuan é uma verdadeira fonte de juventude. Ele ativa os hormônios da juventude, fortalece o coração, coloca em ordem suas funções orgânicas, refina os reflexos e equilíbrio e ajuda a afastar os sinais da idade. E para o seu humor? É como abrir uma janela num quarto abafado – um grande alívio!!
2 – Para aqueles que detestam exercícios e para qualquer pessoa cujas juntas e coração não podem exercer movimentos extenuantes, o Tai Chi é perfeito.
3 – Ele é ótimo para a saúde do coração, pois equivalente a uma caminhada de 4 quilômetros.
4 – Ainda dá energia e equilibra a pressão sanguínea: As técnicas respiratórias reduzem o estresse e diminuem a frequência cardíaca.
5 – Aumenta a capacidade de concentração e exercita a memória, aumentando a capacidade de executar as tarefas diárias com maior facilidade.
6 – Alonga os músculos e deixa as juntas flexíveis. Os movimentos vagarosos e circulares diminuem a tensão e aumentam a resistência muscular e a flexibilidade das articulações.
7 – Melhora o equilíbrio e reduz o risco de quedas e acidentes.
8 – Melhora a circulação: a respiração profunda e os movimentos amplos revigoram os músculos, aumentando o fluxo sanguíneo.
fonte: Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan
A origem.
Tai chi chuan1 (em chinês: 太極拳 pinyin: Tàijí quán) é uma arte marcial interna chinesa, parcialmente baseada no pa kua (py bā guà 八卦), categoria esta nomeada em chinês neijia (內家).
Este estilo de arte marcial é reconhecido também como uma forma de meditação em movimento.
Os princípios filosóficos do tai chi chuan remetem ao taoismo e à alquimia chinesa.
A relação de yin e yang, os cinco elementos, o ba gua (Oito Trigramas), o Livro das Mutações (I Ching) e o Tao Te Ching de Lao Zi são algumas das principais referências para a compreensão de seus fundamentos.
Os textos clássicos do tai chi chuan escritos pelos mestres orientam a:
O tai chi chuan tem suas raízes na China, sendo, atualmente, uma arte praticada no mundo todo. É apreciado no ocidente especialmente por sua relação com a meditação (tao yin) e com a promoção da saúde, oferecendo, aos que vivem no ritmo veloz das grandes cidades, uma referência de tranquilidade e equilíbrio.
Yang Chengfu na postura do tai chiconhecida como "chicote" (tan pien), c. 1918
Os criadores do tai chi chuan basearam sua arte na observação da natureza - não apenas na observação dos animais, mas também no estudo dos princípios da interação entre os diversos elementos naturais.
Como somos parte desta natureza, o conhecimento destes princípios e de como atuam dentro de nós, estudados pela medicina tradicional chinesa, revelam o tai chi como uma fonte efetiva de energia que encontra-se em nosso interior, situada na região do corpo nomeada pelos chineses de dantian médio.
Os ideogramas que compõe a palavra tai chi chuan significam:
Etimologia
DIAGRAMA DO TAI-CHI
Portanto, algumas das possíveis traduções literais de tai chi chuan são: "Punho da suprema cumeeira", "punho do limite supremo", "punho do tai chi" e "punho do estado supremo, acima das polaridades".4 Como cada ideograma pode ter mais de um sentido, há outras formas de se traduzir o termo além destas.
No taoismo, onde o tai chi chuan teve sua origem, o tai chi ("suprema cumeeira", "limite absoluto" ou "estado supremo, acima das polaridades"5 ) tem a conotação filosófica de "elevação", "sublimação", "purificação", resultante, entre outros, do desenvolvimento de um mecanismo de defesa emocional pelo qual tendências ou sentimentos considerados "inferiores" se transformam em tendências e sentimentos considerados "superiores".
O tai chi também simboliza o "Cosmo" e a interação dos princípios energéticos yin e yang (que estão em constante mutação), sendo conhecida a sua representação pelo tai chi tu (diagrama do tai chi), mais conhecido no Ocidente como o "símbolo do yin-yang"
A história do tai chi chuan é considerada sempre sob dois aspectos: o lendário e o historicamente comprovado. Esses dois aspectos não se excluem necessariamente para a maioria dos professores propagadores dessa arte.
O aspecto lendário é, geralmente, encarado como uma metáfora para indicar o desenvolvimento dos princípios do tai chi chuan através da figura do taoista imortal Chang San Feng.
Historicamente comprovado, o criador do tai chi chuan foi Chen Wangting.
Existem indicações de que, durante a Dinastia Tang (618-906 d.C.), um eremita chamado Xu Xuan Ping desenvolveu uma arte chamada "os trinta e sete estilos do tai chi", também chamada de chang chuan (punho longo) ou chang kiang (rio longo).
Por volta da mesma época, um monge taoista chamado Li Dao Zi praticava uma arte denominada "punho longo primordial", semelhante aos trinta e sete estilos do tai chi.
Muitas das posturas dessas duas artes têm nomes semelhantes aos das atuais posturas do tai chi chuan.
O texto Guan Jing Wu Hui Fa (Método para se Alcançar o Esclarecimento Através da Observação da Escritura), escrito por Cheng Ling Xina época da Dinastia Liang (907-923 d.C.), no período das cinco dinastias e dos dez reinos, é o documento mais antigo já encontrado a usar o termo tai chi chuan. Cheng Ling Xi foi discípulo de Han Gong Yue, que lhe ensinou sua arte, chamada "Os catorze estilos do treinamento do tai chi".
Chang San Feng (1247-?), que então vivia num templo taoista do monte Wudang, já teria desenvolvido uma arte conhecida como "Os trinta e dois estilos do punho longo de Wudang" e, posteriormente, criou "As treze posturas do tai chi", após observar uma luta entre um pássaro (grou) e uma cobra, quando constatou que a flexibilidade se sobrepunha à rigidez, compreendendo a prática da alternância entre o yin e o yang e outras concepções da natureza, que se constituem na base do que depois passou a ser chamado de tai chi chuan.
O sucessor de Chang Sangfeng foi o também monge taoista Taiyi Zhenren que, no final da dinastia Ming, difundiu a arte entre os discípulos do monte Wudang. Entre esses discípulos, encontrava-se outro monge de nome Ma Yun Cheng.
Ma Yun Cheng transmitiu a arte para vários discípulos célebres, entre eles Mi Deng Xia e Guo Ji Yuan, popularmente conhecidos como "os dois santos" e Wang Zhong Yue, que denominou essa arte de Wudang tai chi chuan e escreveu o "Tratado de Tai Chi Chuan", um dos Clássicos do tai chi chuan.
Wang Zhong Yue transmitiu o tai chi chuan ao famoso mestre Zhang Song Xi, que depois o ensinou a Dan Si Nan, que veio a ter como discípulo Wang Zheng Nan, que se referia à arte de Wudang como uma arte interior, distinta das artes de Shaolin, que ele chamava de arte exterior.
Segundo os historiadores Tang Hao e Gui Liuxin, seguindo a origem a partir do fato histórico de que Yang Luchan aprendeu com Chen Changxing (1771-1853) do vilarejo de Chenjiagou, o tai chi chuan foi criado por Chen Wangting (1600-1680) na passagem da dinastia Ming para a dinastia Qing. Esta é a versão considerada oficial pelo governo chinês.
Ji e Qui
É preciso atenção na sutileza da interpretação chinesa, pois no taiji (também transliterado como taichi), esse "ji" ou "qui" não é o mesmo "qi" (energia, ar), que o kung fu (arte marcial chinesa) bem explora como chi kung (ou qikong). O ideograma para esse "qi" ( 气 ) não é o mesmo do "ji" ( 极 ).
O pano de fundo de ambos os termos pode ser afim, apontando para um sentido praticamente comum, mas o ji tem direção mais filosófica, quase que taoista, com sentido de supremacia. Assim, o taiji teria um significado como sendo um conhecimento de "primeira grandeza", dando ideia de "grande" e "supremo" (mais ao pé da letra).
Já o qi do chi kung é uma técnica de fortalecimento interno nas artes marciais chinesas, específico para o fortalecimento interno do praticante.
A semelhança dos sons aos ouvidos ocidentais é verdade, colabora para a mistura dos termos. Mas, no pensamento tradicional chinês, são termos distantes com relação à prática marcial e, principalmente, quanto ao conteúdo doutrinário.